Daniel “Willycat” Santos está escalado para o UFC 288, a ser disputado em 6 de maio, em Newark, Nova Jersey. O peso-galo brasileiro terá pela frente o americano Johnny Munoz Jr no card preliminar do evento. Daniel estreou com derrota no Ultimate, mas se reabilitou na organização ao nocautear John Castaneda, em outubro passado.
Atleta da Chute Boxe/Diego Lima, Willycat soma 11 vitórias e duas derrotas na carreira. Dono de estilo agressivo, conquistou oito triunfos pela via rápida – seis nocautes e duas finalizações. “O segredo é se dedicar todo dia nos treinos e não deixar a luta parar na decisão dos jurados”, diz ele, que é faixa-marrom de Jiu-Jitsu. “Ando para frente a todo momento para buscar a vitória, seja na trocação ou no chão. Não deixo escapar a brecha que o adversário oferece”.
Neste bate-papo exclusivo com a equipe do GRACIEMAG.com, Daniel Willycat analisa o encaixe técnico de sua próxima luta, relembra o começo de sua trajetória e compartilha a importância do treinador Diego Lima em sua formação como lutador.
GRACIEMAG: É uma motivação extra lutar no mesmo card de Charles do Bronxs e Rolando Bedoya, em maio?
DANIEL WILLYCAT: Sim, me motiva muito lutar no mesmo card que meus parceiros de treino, afinal estamos em busca dos mesmos objetivos. E a vitória de um vai motivar o outro. É muito gratificante dividir a mesma noite com eles, estou bem feliz.
Como você analisa o encaixe técnico contra Muñoz, o seu próximo adversário?
Acredito que será um embate de estilos. Ele é especialista no Jiu-Jitsu, tem um wrestling bom e um boxe alinhado. Mas acho que ele vai querer usar o Jiu-Jitsu na luta. Eu sou do muay thai e tenho uma boa defesa de quedas. Quem traçar a melhor estratégia levará a vitória. E serei eu, com certeza.
Qual é o segredo para você ser um lutador tão letal no peso-galo?
O segredo é treinar, se dedicar todo dia e não deixar a luta parar na decisão dos jurados. Ando para frente a todo momento para buscar a vitória, seja na trocação ou no chão. Não deixo escapar a brecha que o adversário oferece.
Qual foi o fator determinante para você conseguir a vitória de virada sobre o Castaneda na sua última luta?
Acredito que foi quando eu me sentei no banco, no intervalo do primeiro para o segundo round. Naquele momento, o Diego me disse que eu estava no raio de ação do adversário e minha mão estava muito baixa, por isso eu fui atingido por chutes perigosos. Ele me orientou a encontrar a distância, acertar os chutes e machucá-lo porque eu conseguiria encaixar meus golpes quando a oportunidade aparecesse. E foi isso que eu fiz. Voltei com mais tranquilidade, com a guarda mais alta e conectei os golpes para conseguir nocautear.
Quais foram os aprendizados que você tirou da sua estreia com derrota para o Julio Arce no UFC?
Aprendi que não devo caçar tanto. Eu andei muito para frente, também estava com o joelho lesionado, mas eu não quis deixar aquela oportunidade passar. Já tinha deixado de lutar meses antes graças a uma lesão na mão, então optei por encarar o desafio. Eu estava ansioso por estrear no maior evento de MMA do mundo e cometi um erro que custou o meu desempenho. Não tiro o mérito da vitória do Julio Arce, ele foi estrategista e controlou a distância. Desde então, busco manter a tranquilidade e deixar o adversário andar para frente em determinados momentos para pegá-lo no contragolpe.
Como conciliar os estilos agressivo e estrategista?
Tenho tentado andar mais para trás nos treinos e é algo bem difícil para mim. Mas fazemos durante a luta aquilo que treinamos. É complicado mudar algo que faz parte do meu jogo desde que pisei no tatame pela primeira vez. Aprendi a bater e andar para frente, mas tenho remoldado o meu estilo para evoluir cada vez mais.
Por que você se tornou lutador de MMA?
Eu tinha o sonho de ser lutador do UFC. Assisti a uma luta durante o intervalo de um jogo e meus olhos brilharam. Desde garoto, adoro os filmes de luta e ação. Assim que pisei no tatame pela primeira vez, sabia que seria lutador de MMA.
Qual é a importância do Diego Lima na sua formação como lutador?
O Diego tem me ajudado a me entender não só como atleta, mas como pessoa. Isso influencia bastante na minha carreira e no meu desempenho. Ele também me ajuda a controlar meu ímpeto e a evoluir em outras áreas. Desde que cheguei na Chute Boxe, em 2011, o Diego me ajuda a alçar voos mais altos. Minha carreira deslanchou a partir do momento que entrei na equipe e tive a oportunidade de lutar em diversos eventos. Ele esteve ao meu lado em todos os momentos e sempre acreditou no meu potencial, graças a Deus, deu certo. O Diego é um excelente treinador, um cara fora da curva, entende os atletas e sabe nos reerguer após uma derrota.
Que obstáculos você superou ao longo da caminhada para estar no UFC atualmente?
Sem dúvidas, o principal desafio foi ficar longe da família. Cheguei na Chute Boxe aos 20 anos e não tinha dinheiro nem certeza de que meu sonho se realizaria. Foi muito difícil largar o aconchego e a segurança da minha casa para ir em direção ao inesperado. Agradeço a Deus por ter colocado o Diego na minha vida e por ter dado tudo certo.
Qual é a origem do apelido, Willycat?
O apelido surgiu no meu primeiro treino de MMA. Eu não sabia como defender o double-leg e o Evangelista Cyborg me disse para eu fazer o spraw. Eu segui o conselho dele, mas fiz o spraw muito alto e o adversário não conseguia me quedar mesmo assim. O Evangelista olhou e me falou que eu parecia o gato Willycat, do desenho Thundercats. Não gostei do apelido no começo, por isso pegou. O ponto positivo é que eu sou o único Willycat do MMA.
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