“Se não for divertido, não faz sentido”. Foto: Reprodução
Após difíceis tempos de pandemia, as coisas aos poucos voltam ao normal em todo o mundo e a comunidade do Jiu-Jitsu agradece. Em Portugal, país onde reside o faixa-preta Thiago Andrade, nosso GMI à frente da GFTeam Porto, não apenas as aulas e treinos, mas as competições de peso voltam ao circuito.
No final de outubro, depois do Nacional da AJP em Portugal, Thiago e seus alunos já botaram o foco nos preparativos para mais um desafio, o Campeonato Português pela IBJJF. Thiago falou com GRACIEMAG e contou os segredos para se manter ativo mesmo afastado dos tatames e voltar à alta performance o mais rapidamente possível. Confira!
GRACIEMAG: Como se manter ativo fora dos treinos para não recomeçar do zero?
THIAGO ANDRADE: Antes de mais nada, depende de força mental. Afinal, estarmos “trancados” em casa, como foi, longe de pessoas, atividades, hábitos e rotinas que tanto gostamos, requer força psicológica e muito foco a longo prazo. Conseguindo se manter firme, é importante manter o corpo ativo para não perder valências e, na medida do possível, propiciar ganhos. Em nosso caso, fizemos trabalhos físicos adaptados voltados para nossa movimentação em treino e combate, afim de diminuir as dificuldades de readaptação do corpo quando fosse a hora de regressar aos tatames. Fora isso, com adaptações em dummys feitos em casa, foi possível esclarecer dúvidas e ajustar algumas técnicas também.
Equipe GFTeam Porto de volta a seu quartel-general. Foto: Reprodução
De volta aos treinos, como voltar ao ritmo acelerado de forma a evitar lesões e estresse físico demasiado?
Devido ao trabalho físico que mantivemos em tempo de confinamento, o regresso foi menos difícil do que o esperado mas, ainda assim, fizemos um planejamento de progressão controlada, respeitando cada fase antes de cada avanço. Não foi fácil, pois todos estavam “famintos” por treinar e evoluir. Mas com muita parceria e confiança no trabalho, todos avançamos sem problemas de lesões.
Muito tempo fora das competições, como se aproximar do ritmo ideal e sentir menos este retorno?
Realmente, o tempo longe das competições foi muito grande. Mas foi assim para todos e, por isso, não adiantava pensar que uns poderiam estar melhores que outros. Sendo assim, focamos em corrigir nossas antigas falhas, minimizar o surgimento de novas e maximizar o desenvolvimento e aprimoramento técnico. Em outras palavras, buscamos tornar nossas aulas mais produtivas para todos, em todos os sentidos.
Voltando com tudo, equipe saiu como campeã na divisão sem kimono do AJP Portugal. Foto: Reprodução
E mentalmente? Como trabalhar a cabeça para o retorno às batalhas?
Essa foi a parte mais difícil de se trabalhar e aperfeiçoar, pois com o afastamento dos tatames e competições, muito se perdeu em termos de ritmo, o que é muito importante para manter a mente focada e blindada. Nesse caso, foi preciso insistir, repetir e reforçar, dia após dia, sobre trabalho, plantio, colheita e merecimento. Focamos em destacar sentimentos que nos levaram a treinar Jiu-Jitsu e a nos apaixonar pela arte, e naqueles que estão conosco diariamente, nos ajudando e apoiando, independentemente de resultados. Procuramos tonar o mais leve possível, sem cobranças por resultados. Mas sim, por se preparar o melhor possível. E claro, fizemos questão de lembrar que: Se não for divertido, não faz sentido!
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