24 maio 2021

Rodrigo Cavaca e o foco para alcançar o título mundial no Jiu-Jitsu

Confira abaixo o relato da fera. Foto: Reprodução

Texto: Rodrigo Cavaca*

Em 2005, na minha terceira competição de faixa-preta, com 24 anos, estava eu sentado ao lado de fora da área de luta, assistindo as lutas de futuros adversários que se enfrentavam na minha chave, em um campeonato Paulista muito difícil, que acontecia no Tênis Clube em São Paulo.

Naquele absoluto, nomes como Demian Maia, Napão, Big Mac, Robert Drysdale (hoje meu sócio-fundador da Zenith, mas na época foi meu adversário no absoluto e me superou por 3 a 0 ao passar minha guarda. Não esqueci!), Eduardo Telles, Jorge Patino Macaco, Marcos Souza e diversos outros grandes lutadores que eram ou se tornaram campeões mundiais.

E eu chegando ali no meio desses craques todos, vindo de uma equipe pequena do litoral de São Paulo. Por mais que tenha tido uma base forte nas faixas coloridas e conquistado títulos de expressão, não era a mesma coisa de treinar diariamente com os grandes campeões, assim como aconteceu no ano seguinte em que me mudei para São Paulo para treinar na equipe Brasa, na época campeã mundial.

* Entre para o time GMI! *

Mas o que eu tinha dentro de mim era a certeza de que iria alcançar o que ninguém tinha sonhado na minha região, mesmo sem ter referências dentro da minha equipe ou na minha área: conquistar o mundo na faixa-preta.

Em outubro de 2005, quando meu mestre Élcio me graduou à faixa-preta depois de apenas 8 meses de marrom, eu me senti pronto para ir atrás desse desafiador e ousado objetivo, pois o que eu sentia dentro do meu coração era amor pelo que fazia todos os dias dentro do tatame, a vontade capaz de superar qualquer obstáculo colocado a minha frente e o foco permanecia sempre em subir um degrau de cada vez até alcançar o lugar mais alto do pódio do tão almejado campeonato mundial que, para nós do Jiu-Jitsu, representa as olimpíadas.

Depois de exatamente 10 anos desde que comecei a treinar, no ano de 2010, e ter treinado uma média de 4 horas por dia sem interrupções, totalizou-se 14.600 horas de treino até a conquista do meu primeiro título mundial na faixa-preta, em Long Beach, Califórnia. Com isso, pude mostrar a todos da região em que eu morava, que todos poderiam realizar o que antes não passava de um sonho.

* Rodrigo Cavaca é faixa-preta de Jiu-Jitsu, líder da Zenith e formador de grandes campeões de Jiu-Jitsu

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