28 março 2023

Abel Thames e as virtudes de um ambiente familiar no Jiu-Jitsu

Abel Thames é professor na escola Fabin Rosa Jiu-Jitsu. Foto: Reprodução

O faixa-preta Abel Thames, nosso GMI na Flórida, tem se aventurado nas funções de professor e atleta nos Estados Unidos. Abel ministra aulas na escola Fabin Rosa Brazilian Jiu-Jitsu, em Orlando, e pretende criar um espaço agradável no Jiu-Jitsu para respeitar o processo de evolução de cada aluno. 

“Não há segredo quando você ensina o que gosta. Eu defendo que o Jiu-Jitsu é para todos e devemos aplicar uma didática inclusiva, para os praticantes treinarem e se sentirem num ambiente familiar”, comentou o professor.

Em bate-papo com a equipe do GRACIEMAG.com, Abel Thames compartilhou dicas para quem pretenda viver em prol do Jiu-Jitsu no exterior e listou as estratégias que utiliza para introduzir um aluno iniciante ao Jiu-Jitsu.

GRACIEMAG: Como o Jiu-Jitsu entrou na sua vida?

ABEL THAMES: Quando eu era criança, visitei uma escola de Jiu-Jitsu no Rio de Janeiro a convite de um amigo que treinava. Fiz uma aula experimental e o professor até me ofereceu uma bolsa para eu fazer parte da equipe. Mas recusei e passei a me dedicar ao futebol. Segui o meu sonho até os 18 anos, porém, não deu certo. Foi então que o Jiu-Jitsu voltou de vez para a minha vida. Eu estava acima do peso e um amigo faixa-preta, o Sérgio José, que tinha 60 anos na época, me chamou para treinar, e eu aceitei. Conheci o meu professor Oilson Alvim e vivo o Jiu-Jitsu desde então.

Que dicas você daria ao leitor que sonha em viver do esporte no exterior?

Primeiramente, seja humilde e grato por onde você treinou Jiu-Jitsu. É preciso se dedicar bastante para você se tornar cada vez melhor no que faz. Também é importante saber inglês, o idioma que considero universal para quem deseja viver em prol do esporte pelo mundo.

Quais são as suas conquistas mais especiais no Jiu-Jitsu?

Eu tive várias, a primeira foi conhecer boas pessoas. A outra são as passagens que ganhei da Federação Paulista de Jiu-Jitsu por vencer os campeonatos até chegar aqui. Outro momento que me marcou foi ser chamado para integrar a equipe Fabin Rosa Brazilian Jiu-Jitsu, a qual faço parte até hoje. Eles são uma família para mim em Orlando e, por meio deles, tenho ganhado visibilidade entre os atletas de alto nível, que me chamam para fazer sparring, ajudar em treino de MMA e grappling, como o ex-UFC Jussier Formiga e o lutador Thiago Belo.

Que estratégias você utiliza para que o aluno iniciante perca o medo de treinar?

Não há segredo quando você ensina o que gosta. Eu defendo que o Jiu-Jitsu é para todos e devemos aplicar uma didática inclusiva, para os praticantes treinarem e se sentirem num ambiente familiar. Não se trata mais de um Jiu-Jitsu para formar cascas-grossas, nem todos têm o mesmo objetivo e cada um tem o próprio tempo para evoluir no esporte. Também é fundamental identificar o limite do outro. Um caso específico é de um aluno com autismo. Então precisamos ter sensibilidade para respeitar as limitações de cada pessoa.

Como você avalia a experiência que teve em lutas de grappling?

Os americanos gostam muito de grappling, acho importante treinar bem com e sem kimono. Eu, particularmente, gosto muito e já competi sem kimono no Brasil e nos Estados Unidos. Também sou chamado para afiar o chão de atletas que lutam MMA. Aqui nos Estados Unidos, vejo crianças que são ensinadas a fazer vários golpes que não são permitidos para elas na maioria dos campeonatos no Brasil, como ataques nas chaves de pé, calcanhar, guilhotina e bate-estaca. Fui arbitrar um torneio e interrompi diversas lutas para avisar que aquela posição não era permitida. É preciso saber ensinar regras também. 

Confira uma aulinha do professor no vídeo abaixo:

 

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