Faixa-preta brasileiro radicado nos Emirados Árabes, Marcio Silva refletiu outro dia uma definição essencial do que é ensinar Jiu-Jitsu. Sua postagem, em formato de carta aberta, dizia:
“Caro professor,
Se algum dia você for perguntado com o que trabalha, e após a resposta a pessoa disparar um olhar de menosprezo, como se estivesse a desmerecer seu ofício, lembre-se:
Você não é apenas um instrutor de Jiu-Jitsu.
Você é também: amigo, paizão, irmão de fé, conselheiro, protetor.
Nosso ofício não é o de simplesmente ensinar as técnicas de uma arte marcial. Levamos crianças a se proteger contra o bullying, a interagir, a fazer novos amigos e transformar suas rotinas.
Ensinamos mulheres a se proteger contra todos os tipos de violência, doméstica ou na rua.
Permitimos que homens muitas vezes inseguros e introvertidos achem um meio de se sentirem capazes, firmes e serenos ao frequentarem qualquer local, onde eles têm a autoconfiança que podem se defender a si e suas famílias.
Que homens e mulheres da ‘melhor idade’ se exercitem com alegria e façam novas amizades.
Que jovens aprendam a construir um caminho vitorioso, em suas carreiras como atleta ou longe dos dojos.
Que pessoas em geral, por fim, alimentem hábitos que combatem timidez, problemas de saúde, excesso de peso, falta de amor próprio e tantos outros incômodos e inseguranças.
Poderia ficar aqui escrevendo por horas, porém, caro professor, nunca se esqueça que seu papel vai muito além da academia. Você é um agente que transforma vidas. Pense nisso, e trabalhe com bastante carinho.
Uma grande semana de treinos a todos.
Marcio Silva
UFC Gym, Emirados Árabes”
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