Nos últimos sete anos, Felipe Ninja Pinto alternava entre as medalhas de prata e bronze no pódio do Mundial Master da IBJJF, numa escalada que parecia não ter linha de chegada. Mas, no fim de 2020, em dezembro, o faixa-preta foi recompensado por sua persistência. Depois de três lutas na divisão do peso-pluma, Ninja foi capaz de vencer seu primeiro título do Mundial Master como manda o protocolo de uma final: na emoção.
Na disputa pelo ouro, contra o duríssimo Jeysen Santiago (Gracie Humaitá), Felipe começou perdendo por 6 a 0, depois de ser raspado e montado pelo oponente. Ninja se viu numa batalha interna, onde pensou que, novamente, ficaria com a medalha de prata. Com o apoio da esposa, professores e alunos que esbravejam do lado de fora, ele reuniu forças para reverter o placar elástico. Num bote certeiro, o campeão defendeu a montada para logo em seguida raspar, quase passar a guarda e pegar as costas, como ele mesmo explica:
“Jeysen é um cara desafiador. Eu já havia perdido para ele na semifinal de um Pan-Americano da IBJJF e sabia que ele era um cara muito duro e seria difícil ganhar dele. Eu estava perdendo de 6 a 0, ele me raspou e caiu montado. Foi nesse momento que eu pensei que tinha acabado ali, que eu seria segundo lugar no Mundial de novo… Mas minha esposa, meus amigos e alunos estavam gritando para me motivar. Faltando 45 segundos para acabar a luta, eu raspei, quase passei a guarda e peguei as costas. Primeiro, empatei a luta nos pontos, para depois tentar estrangular, o que me garantiu vantagens para desempatar a luta. Foi a luta mais marcante da minha vida!”, vibra o campeão, que comanda a Internacional Brazil Academy, em Lenexa, nos Estados Unidos.
Ninja, assíduo competidor de Jiu-Jitsu, destacou o fato de estar competindo em sequência como fator decisivo para sua excelente performance no Mundial Master. A seguir, veja como ele pensa:
“Eu lutei quase todo fim de semana, esse foi meu diferencial para lutar o Mundial Master. Vinha de uma sequência boa sendo campeão no Fight to Win, American Nationals e em diversos opens da IBJJF. Fui medalhista de prata no Pan-Americano sem kimono e medalha de bronze no Pan-Americano de kimono. Tudo isso favoreceu para que eu chegasse bem no torneio mais importante do ano, foi bem maneiro”, diz o atleta.
Felipe também comentou como o Mundial Master é visto com outros olhos hoje, por conta do grande número de atletas campeões mundiais no adulto que disputam o ouro também entre os masters.
“O Mundial Master cresceu, hoje em dia é um evento grande e muito mais disputado. Muitos atletas que fizeram carreira no passado estão voltando para competir, então estou podendo competir com pessoas renomadas, eu achei isso incrível. Gostaria que os campeões mundiais master fossem mais valorizados, eu entendo que não será o mesmo nível de um campeão mundial de adulto, mas quanto mais valorizarem mais disputado e mais participações o evento terá”, explica ele, antes de encerrar.
“Minha maior meta de 2021 é competir o máximo possível. Eu sempre participo do Mundial de adulto, é um evento muito difícil e disputado, e é meu objetivo subir no pódio. Também gostaria de lutar o Europeu, o Brasileiro e o Pan-Americano da IBJJF. Já subi nesses pódios várias vezes, então também é meu objetivo correr atrás desses títulos”, finaliza.
Veja o estilo de Ninja no Jiu-Jitsu:
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