Faixa-preta de Jiu-Jitsu e empresário à frente da Koral há 23 anos, Victor Costa acompanhou de perto as mudanças e evolução do esporte, como lutador e espectador.
Campeão Brasileiro Sem Kimono peso e absoluto em 2010, a fera relembrou o título conquistado 10 anos atrás e ponderou sobre essa nova fase do Jiu-Jitsu sem pano na IBJJF, com novas regras como chaves de calcanhar e cruzadas de joelho.
Confira nas linhas abaixo o papo de GRACIEMAG com a fera e aprenda com o experiente faixa-preta. Oss!
GRACIEMAG: Experiente competidor sem kimono, como você recebeu a notícia da alteração de regras e como acha que isso altera o cenário do Jiu-Jitsu?
VICTOR COSTA: Já ouvia as especulações e estava esperando a notícia oficial, então não foi nenhuma surpresa pra mim. É uma mudança que torna o competidor mais completo, contra o grande risco de lesão, principalmente pelos famosos “botes” que o adversário de explode no nada com o golpe encaixado. A minha opinião é a favor nesse momento e aguardar um prazo para ver como será daqui a um tempo. E, claro todos devem treinar, até esses momentos de explosão. Ter um parceiro que ataque nos treinos mas não arroche, dessa forma você acaba sempre conhecendo de onde vem uma chave que não está esperando. Esse tipo de treino cria uma melhor reação defensiva no atleta.
Além de competidor, você é empresário envolvido com o Jiu-Jitsu há mais de 20 anos. O que você ouviu dos amigos mais influentes do esporte sobre as mudanças? Foram bem recebidas?
O comentário mais ouvido nos bastidores é que os atletas dos EUA seriam mais favorecidos com as novas regras, por já treinarem esse tipo de golpe há mais tempo. Outros comentários vem dos que gostam de pegar nestas novas chaves, que adoraram a nova regra. Eu sempre respeitei demais meus adversários para não machucá-los e acho que esta deva ser a mentalidade. Um torção na perna ou no pé bem encaixada tem reação muito rápida do oponente, então se você faz bem essas finalizações sabe que não tem necessidade de ir muito além na chave e machucar seu oponente.
Qual a dica que um faixa-preta e competidor veterano como você pode deixar para a nova geração que quer brilhar nos torneios sem kimono?
Quando eu era da “nova geração” eram dois a três treinos por dia, sem coisas mirabolantes ou internet. Tem pouca gente treinando de verdade. Foquem no indispensável: mais treino, menos vídeos e não deixar nunca pro árbitro decidir. Oss!
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