Já treinando para o Europeu 2019 em janeiro, fiel leitor, ou talvez para o novíssimo evento BJJ Stars, em fevereiro? Calma, antes de se programar para o ano novo relembre o que houve de melhor em 2018, na retrospectiva GRACIEMAG. Qual foi seu momento favorito?
1. O absoluto de Leandro Lo e o gesto histórico de Buchecha
O que faria você abandonar seu quinto ouro mundial absoluto? Bem, seria preciso ter um coração do tamanho do de Marcus Buchecha. Em 2018, o astro da Checkmat fez História com H grande no esporte ao presentear o guerreiro Leandro Lo com seu primeiro título absoluto faixa-preta pela IBJJF. Depois de atuar com garra nas chaves do superpesado e aberto, Lo machucou o ombro ao tentar defender queda contra Mahamed Aly, na final do peso. Sem condições de fazer a final do absoluto, Lo entrou de tipoia, mas viu com surpresa o gigante gentil, maior recordista de títulos da IBJJF, realizar o que combinara minutos antes com o árbitro na beira do tatame: ceder a Lo a principal medalha de ouro da temporada.
2. Bruno Malfacine e os 10 ouros
Bruno Malfacine se tornou um jovem veterano no Jiu-Jitsu competitivo. Acima dos 30 anos, portanto na casa do master, Malfa não deixou de se testar com a garotada do peso-galo, sempre no pique. Depois de migrar com sucesso para o MMA, porém, a fera declarou que 2018 seria seu último Mundial. E o fez com grande estilo. Mais um título na conta, o décimo, e uma despedida emocionante sobre as placas azuis e amarelas da IBJJF. De 2009 até 2018, Malfacine precisou superar feras como Caio Terra e João Miyao, e atingiu um patamar que dificilmente será alcançado.
3. Tayane segue imbatível
Para Tayane Porfírio, o Europeu de 2018 em janeiro teve um sabor diferente. Acostumada a vitórias avassaladoras, a fera da Alliance cortou um dobrado para superar a não menos estelar Bia Mesquita na final do absoluto. Campeã peso leve, após finalizar Erin Herle no estrangulamento pelas costas, Bia teria mais uma vez a missão de tentar domar Tayane, campeã no superpesado ao superar Venla Luukkonen nos pontos. O duelo foi acirrado. Bia vencia por cinco vantagens até os minutos finais da disputa. Após seguidas punições, a última por fuga, Tayane recebeu os dois pontos que valeram a vitória. No Mundial, em junho, Tayane seguiu firme, com o ouro duplo e o bi mundial absoluto.
4. Leandro Lo reina no Pan com raspagem no fim
Já em ritmo forte mirando no Mundial, Leandro Lo fez mais uma daquelas campanhas invejáveis no Pan da IBJJF. O ouro duplo veio após bater Tanner Rice no peso pesado, e em seguida encarar o jovem Gutemberg Pereira. Com sua guarda emborrachada, Leandro conteve as investidas de passagem de Gutemberg, enquanto complicava a vida do passador com a combinação de gancho e mão na gola. Gutemberg conseguiu conter as investidas de raspagem de Leandro por boa parte da luta, até que no minuto final, da guarda fechada, Leandro explodiu com o bíceps no calcanhar de Gutemberg e o desequilibrou. Leandro subiu, marcou os dois pontos e ficou por cima na meia-guarda. Gutemberg ainda conseguiu repor a guarda, mas com 10s para o fim do combate sobrou apenas a comemoração para o monstruoso Lo.
5. Lucas Hulk é o melhor do Brasil
Difícil imaginar grandes campeões de Jiu-Jitsu sendo derrubados por nada, mas no Brasileiro de 2018 um grupo de competidores se viu em maus lençóis após serem pegos em Barueri por uma onda de complicações intestinais. Um desses foi Victor Honório, que faria a final do absoluto contra Lucas Hulk, mas teve de ser hospitalizado horas antes. No feminino, Tayane Porfírio foi campeã ao fechar com a parceira Claudia do Val.
6. Craques e novatos brilham no Abu Dhabi World Pro
Torneio mais importante da UAEJJF, o Abu Dhabi World Pro botou em em disputa nomes consagrados contra atletas novos e sedentos. As batalhas foram acirradas, e favoritos se misturaram com novas caras que prometem agitar o cenário internacional. Nomes como Felipe Preguiça, Paulo Miyao, Ana Carolina Vieira, Angélica Galvão, Erberth Santos e Isaque Bahiense confirmaram seu favoritismo, e novas caras como Espen Mathiesen, Amal Amjahid, Bia Basílio e Jose Carlos “Cocó” mostraram a técnica da nova geração.
7. SJJIF Worlds e a força do Jiu-Jitsu internacional
Três dias, 15 campeões na faixa-preta adulto e 72 nacionalidades representadas no SJJIF World Jiu-Jitsu Championship. Keenan Cornelius, Tayane Porfírio e outros nomes consagrados do cenário competitivo mostraram que a arte suave tem muito a nos apresentar, e que um torneio de alto nível como os da SJJIF só tende a tornar o esporte ainda mais rentável. Garantia que 2019 terá ainda mais duelos de tirar o fôlego.
8. A revelação Kaynan Duarte
O rapaz pacato, que surgiu como um foguete para o mundo na seletiva carioca para o ADCC 2017, ainda como faixa-roxa, se tornou um faixa-preta mais do que temido. Kaynan Duarte apavorou nas faixas coloridas, se juntou a André Galvão na Atos, dominou a faixa-marrom no Mundial de ponta a ponta e recebeu a faixa-preta, para vencer o Mundial Sem Kimono e o Spyder BJJ em Seul, mostrando que sua determinação e técnica ainda vão levá-lo bem longe.
9. Thalison Soares luta e vence tudo
Pela primeira vez na história do Jiu-Jitsu, um atleta venceu todos os principais títulos da IBJJF na temporada, com medalhas de ouro no seu peso, com e sem kimono. O dono da façanha foi Thalison Soares, cria do time PSLPB Cícero Costha, hoje com treinos intensos realizados na Unity, nos EUA. O levinho Thalison começou a campanha dourada na faixa-roxa e concluiu já de marrom, somando mais de 600 dias invictos no Jiu-Jitsu competitivo. Vale ressaltar, também, os títulos com e sem kimono no Abu Dhabi World Pro e vitórias em outros torneios. Ativo e sem amargar derrotas, o guardeiro implacável terá mais uma temporada para se afiar ainda mais, rumo à faixa-preta. Será que alguém pode pará-lo?
10. Gordon Ryan repete Monson no Mundial Sem Kimono
O jovem americano Gordon Ryan foi o rei absoluto sem kimono no Mundial da IBJJF, título que não era vencido por um americano desde 2007, com Jeff Monson. O feito foi artigo de capa da próxima edição de GRACIEMAG, assine já para não perder nada.
E para você, amigo leitor, qual foi o ponto alto do Jiu-Jitsu em 2018? Poste aqui, nos comentários abaixo.
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