12 dezembro 2018

River Plate x Boca Juniors, Flamengo x Vasco e o valor da rivalidade no Jiu-Jitsu e no UFC

River Plate e Boca Juniors se enfrentam neste final de semana. Foto: Divulgação

O bafafá acerca da final da Libertadores 2018 entre River Plate e Boca Juniors levantou, dentro e fora do futebol, a questão da esportividade versus a rivalidade.

Apesar da bola fora e dos atos de violência por parte de alguns torcedores argentinos, a final River x Boca ganhou repercussão planetária, e comprovou como a rivalidade é um aspecto fundamental em qualquer campo esportivo. Juntos, os clubes argentinos ofuscaram uma série de times do Brasil e da América do Sul com torcidas bem mais numerosas, atraindo o olhar da mídia e dos torcedores mesmo na Europa.

“A existência de um competidor forte é incômoda em certos momentos”, reforça o especialista em marketing Idel Halfen. “Porém a falta dele pode implicar não apenas em acomodação, mas numa falta de interesse geral. Uma boa rivalidade tem o poder de chamar a atenção sobre a disputa e, dessa forma, provocar mais interesse de público, mídia e patrocinadores.”

No meio da luta, tem sido comum astros do MMA tentarem criar “rixas” para driblar posições no ranking e inflar suas próprias bolsas. Se você pensou em Conor McGregor, acertou, mas a tática vem desde o século XX, e fez muito pelo boxe antes de ganhar o UFC.

Para o praticante de Jiu-Jitsu, um rival pode ser o melhor modo de evoluir, seja nos treinos ou nos campeonatos. “Sempre gostei de escolher parceiros de treinos bem duros que servissem como meu termômetro na academia”, ensina o bicampeão mundial absoluto Marcio Pé de Pano. “Você não precisa encarar como um rival, mas pode treinar sempre com ele e assim medir o quanto você tem melhorado em cada aspecto.”

Em vídeo recente postado no Instagram do GRACIEMAG (@graciemagoficial), o saudoso mestre Carlson Gracie mata a pau sobre a questão:

“Se forem jogar Flamengo e Vasco, e não houver rivalidade, ninguém vai ao estádio torcer. Na luta também deve haver rivalidade, mas tem de ser algo dissipado dentro do ringue. Fora do ringue ou do dojô, ninguém tem nada com a vida pessoal do outro. Tudo tem de ser resolvido ali dentro na luta. Antes da luta, cumprimenta o outro, acabou a luta tem cumprimento, tem abraço, respeitosamente. Mas isso não significa que aquele cara não é um rival.”

Portanto, evite o desrespeito, busque a rivalidade sadia e racional e turbine seu Jiu-Jitsu!



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