O professor Mauro Ayres protagonizou uma história de superação ao conquistar o ouro no Pan 2023, disputado entre os dias 22 e 26 de março, em Kissimmee, Flórida. Ele reinou no master 4 peso-pluma depois de vencer três lutas na categoria. Na edição passada do torneio, Mauro deixou o tatame contundido, sentado numa cadeira de rodas, após sofrer com uma lesão nos ligamentos do ombro esquerdo.
Mauro retornou ao Brasil e realizou sessões de fisioterapia para voltar à ativa. Apenas quatro semanas depois da contusão, lançou-se no Campeonato Brasileiro e levou o bronze. Meses depois, foi a Las Vegas para competir no Mundial Master e voltou com a prata. A grande recompensa ainda estaria por vir.
Foi no Pan, justamente no torneio em que se lesionou, que Maurinho faturou a medalha dourada. A celebração foi marcada pela emoção de pisar novamente no lugar mais alto do pódio depois do trauma sofrido no ano passado.
“No ano passado, eu saí daqui de cadeira de rodas direto para uma mesa de cirurgia no Brasil”, recordou Mauro. “Desta vez, Deus me colocou aqui e só trocou o metal. Me deu o ouro em vez do aço”, vibrou o emocionado campeão.
Confira, no vídeo a seguir, o inspirador depoimento do campeão pan-americano, e bons treinos.
Ice Blue estará em ação no BJJ Stars 10. Foto: Ana Assis
O BJJ Stars 10 será realizado no dia 22 de abril, no Pavilhão do Pacaembu, na capital paulista. O evento promoverá a disputa do GP Absoluto, que reúne 16 participantes da elite do Jiu-Jitsu mundial à caça da premiação de R$ 200 mil e do cinturão da organização. A noite também será eletrizada com as três superlutas confirmadas no card.
Um dos atrativos presentes no evento é o rapper Ice Blue, icônico membro do grupo Racionais MC´s. Ice Blue medirá forças com Alexandre Godoy numa das superlutas e citou inspiração em craques como Fernando Augusto “Tererê” e Leandro Lo para brilhar na luta.
“Eu gosto demais do Mahamed Aly, do Leandro Lo, que era um cara que eu admirava demais”, lembrou Ice Blue. “Um lutador que a gente se inspirava só de ver ele rolando. Me espelho no Roberto Godoi, no André Garapa, e nos caras que estão mais próximos. O Jiu-Jitsu é uma união de várias técnicas, você pega um pouquinho de um, um pouquinho de outro. Eu me inspirei muito no Godoi quando eu treinava com ele. As passagens de guarda dele, a forma como ele usava a lapela… E o Garapa me ensinou outras coisas. Então, a gente se inspira nos de dentro e nos de fora, sem esquecer do Fernando Tererê. Sem esquecer do homem, porque esse é inspiração total”, comentou o rapper.
Ice Blue se prepara para duelo contra Alexandre Godoy no BJJ Stars 10. Foto: Ana Assis
Os objetivos traçados por Ice Blue transcendem a expectativa pelo braço erguido no tatame diante do adversário Alexandre Godoy. O cantor pretende fomentar o Jiu-Jitsu nas comunidades a fim de transformar a vida de jovens moradores da periferia.
“Assim como muita gente diz que eu sou um canal de inspiração para muitas pessoas, eu quero inspirar e ajudar a tirar esse preconceito que ainda existe com o Jiu-Jitsu dentro da periferia. O Jiu-Jitsu é um esporte educativo, que vai ajudar a educar a sua mente. Então, o que me motivou a lutar neste evento é fazer essa conexão direta com as pessoas que não têm conhecimento sobre a arte e trazer outras pessoas para o tatame. Essa é a minha maior esperança, que eu consiga alcançar o máximo de moleques da periferia do Brasil e que eles possam procurar uma academia para treinar. Esse é o meu maior objetivo”, enfatizou o faixa-preta.
Atualmente, há diversos projetos sociais em comunidades brasileiras responsáveis pela formação de inúmeros lutadores. Além do ensino das técnicas de Jiu-Jitsu, os programas propagam a filosofia e os valores da arte suave aos alunos.
“Eu costumo dizer que eu, um moleque da periferia, com todas as questões sociais, com vários pensamentos de revolução, eu tinha uma revolta incontrolável e uma solidão inexplicável. Por não ter pai, muitas vezes eu não tinha com quem dividir as coisas. E no tatame eu encontrei uma maneira de extravasar, de me encontrar mentalmente e sair da minha zona de conforto. O Jiu-Jitsu me reeducou, me trouxe vários benefícios na vida social e me ensinou a lidar com as pessoas. A partir do momento que eu comecei a praticar Jiu-Jitsu, eu me tornei outra pessoa, e isso eu tenho que agradecer ao Jiu-Jitsu”, reconheceu o faixa-preta.
Thiago Raposo em ação no AJP Gramado 2023. Foto: Nani Fotografias
Texto: Thiago Raposo*
O sucesso nas competições de Jiu-Jitsu estará no direcionamento da preparação do atleta. Claro que o esporte é para todos, todavia, cada lutador terá vocação para determinadas alavancas e estas poderão ser personalizadas para cada um deles.
É primordial que o professor esteja atento às vocações de cada aluno e este precisa buscar aprofundamento nas posições que se sente mais à vontade, além de se esforçar para vencer suas fraquezas nas áreas que não se sente confortável.
O futuro do sucesso nos campeonatos também está no aprofundamento do grappling, e os atletas que almejam destaque na modalidade deverão dar maior atenção ao sem kimono. O grappling tem sido explorado com maior vigor nos Estados Unidos em relação ao Brasil. Inevitavelmente, há uma disputa profissional pelo pódio que pode ser equiparada a uma disputa olímpica.
Acabou a época “lifestyle”, a qual o lutador podia chegar da praia e ir direto à competição. Hoje em dia, o atleta que pretende chegar aos pódios mais altos precisará estar física e mentalmente preparado. Isso poderá requerer o auxílio de outros profissionais, como nutrólogos, psicólogos esportivos, educadores físicos, dentre outros.
Acredito que a tecnologia, o desenvolvimento na área de alimentos e as pesquisas na área de educação física podem igualar atletas com até 20 anos de diferença.
Tenho aplicado as alavancas personalizadas na preparação com o intuito de melhorar meu desempenho nos treinos e nas competições. Além do Jiu-Jitsu, treino wrestling na equipe Cerrado MMA, em Brasília, sob a supervisão do ex-atleta olímpico de Cuba, Luiz Alessandro Hernandez, o “Cubano”, a fim de evoluir no grappling.
Para manter a minha mente livre de problemas, faço acompanhamento nutricional e preparação física. Bons treinos! Oss…
* O GMI Thiago Raposo é faixa-preta de Jiu-Jitsu e defende as bandeiras das escolas Gracie Barra e AKXE BJJ.
Leandro “Dodô” ensina dois ataques do cem-quilos. Foto: Reprodução
O professor Leandro “Dodô” Nascimento começou a treinar Jiu-Jitsu porque era um adolescente baixo e magro em relação aos amigos e não tinha tanta autoconfiança devido à baixa estatura. Tudo mudou quando ele conheceu a modalidade por meio de um convite de um de seus amigos.
“O Jiu-Jitsu me ensinou principalmente a ter confiança, atitude, encarar os problemas de frente, manter a calma nos momentos difíceis e nunca desistir dos meus objetivos”, ensina o professor.
Dodô é um entusiasta das técnicas de Jiu-Jitsu e acredita que a técnica, quando bem aplicada, supera a força. É o que ele passa para os alunos nos treinos na Brazilian Top Team Lagoa, no Rio de Janeiro.
Leandro “Dodô” preparou para a aula de hoje dois ataques do cem-quilos para você evitar a defesa do oponente. Repare que, no momento em que o adversário segura a faixa, Leandro “Dodô” estoura a pegada e rotaciona o braço longe da faixa para evitar que ele agarre. Caso o oponente insista na pegada, o professor traz outra alternativa. Basta atacar na popular chave “mão-de-vaca”.
Israel Adesanya recuperou o cinturão dos médios do UFC após nocautear Alex Poatan. Foto: Divulgação/UFC
Alex “Poatan” Pereira parecia intransponível para Israel Adesanya. O brasileiro contabilizava três vitórias sobre o arquirrival e o derrotara para sagrar-se campeão do UFC. No entanto, Adesanya quebrou a barreira psicológica e exterminou o fantasma que o perseguia há mais de seis anos – desde o primeiro encontro com Poatan no kickboxing. O nigeriano nocauteou o brasileiro aos 4min21s do segundo round e recuperou o título dos médios na luta principal do UFC 287, disputado na madrugada deste domingo, em Miami, Flórida.
O estudo prevaleceu nos primeiros minutos do combate. Qualquer erro seria fatal na ocasião. Conforme o decorrer do confronto, Adesanya investiu no volume de golpes enquanto Poatan castigava o adversário com chutes na perna.
Depois de poucas interações no primeiro round, o segundo começou a todo vapor. Poatan partiu para cima e conectou mãos pesadas sobre o nigeriano, que já estava com a perna esquerda danificada. Porém, o brasileiro se expôs durante a blitz e foi acertado por dois cruzados de direita por Adesanya. O primeiro anestesiou o brasileiro, e o segundo o levou apagado à lona para selar a coroação do insistente campeão.
Com a derrota de Poatan, o Brasil não possui nenhum campeão nas divisões masculinas do Ultimate. A “Leoa” Amanda Nunes, detentora da cinta dos pesos-galo e pena femininos, é a única representante brasileira no topo das categorias da organização.
Esta foi a segunda derrota de Poatan no MMA. O paulista de São Bernardo do Campo não perdia na modalidade desde a estreia, em outubro de 2015, quando foi finalizado pelo compatriota Quemuel Ottoni.
Na luta co-principal do evento, Gilbert Durinho provou que é o Rei de Miami. Apesar de lutar na cidade natal de Jorge Masvidal com a torcida a favor do americano, Durinho não tomou conhecimento do oponente. O brasileiro derrotou Masvidal por decisão unânime dos jurados (30-37, 30-37 e 29-28) e emplacou seu segundo triunfo consecutivo nos meio-médios.
Gilbert Durinho derrotou Jorge Masvidal por decisão unânime. Foto: Divulgação/UFC
Gilbert Durinho foi superior tanto na trocação quanto na luta agarrada e protagonizou uma atuação de gala. O brasileiro se aproximou do nocaute no segundo round, ao aplicar o knockdown, só que Masvidal resistiu. Durinho quedou o rival em diversas oportunidades e se manteve à frente nos pontos a todo momento.
Após o resultado oficial, Jorge Masvidal anunciou sua aposentadoria do MMA. Ao longo da carreira, ele soma 52 lutas profissionais – 35 vitórias e 17 derrotas – e disputou o cinturão do Ultimate em duas oportunidades.
Outras duas brasileiras estiveram em ação no UFC 287. Luana Pinheiro bateu Michelle Waterson por decisão dividida (28-29, 29-28, 29-28) no card preliminar, enquanto Jaqueline Amorim foi derrotada por decisão unânime na luta de abertura do evento.
Confira o card completo:
UFC 287
Miami, Flórida, EUA
8 de abril de 2023
CARD PRINCIPAL:
Israel Adesanya nocauteou Alex Poatan aos 4min21s do R2