31 janeiro 2023

A medalhinha de ouro que mudou a trajetória de Luan Gomes no Jiu-Jitsu

Luan Gomes representa a A-Force BJJ. Foto: Divulgação/Instagram

O faixa-preta Luan Gomes sonha em viver do Jiu-Jitsu desde os primeiros rolas no tatame e não deixou de focar nos objetivos mesmo diante das adversidades que enfrentou no caminho. Nascido no município de Avanhandava, São Paulo, Luan trilhou carreira de competidor no Brasil e atualmente vive em Nova York, onde representa a equipe A-Force Brazilian Jiu-Jitsu.

Luan se apaixonou pelas competições de Jiu-Jitsu na adolescência e se aventura nos campeonatos desde então. “Fiquei vidrado na adrenalina de competir e na sensação de satisfação da vitória. Acima de tudo, era prazeroso ver meus pais e familiares orgulhosos do que eu construía, aquilo me movia demais” lembrou Luan. 

Em bate-papo com a equipe do GRACIEMAG.com, Luan Gomes detalhou momentos especiais de seu começo no Jiu-Jitsu, como sua primeira medalhinha no Estadual, e compartilhou seus próximos objetivos como competidor.

GRACIEMAG: Como começou a sua história no Jiu-Jitsu?

LUAN GOMES: Um amigo do futebol me convidou para assistir a uma competição, era a seletiva do Estadual da FESP Jiu-Jitsu. Eu tinha 11 anos e estava um pouco acima do peso, então queria emagrecer. Vários amigos da escola já treinavam e o Jiu-Jitsu estava em alta na minha cidade. O professor e grande atleta Isaque Paiva já era conhecido e dava aulas na cidade por um preço acessível. Depois de ter assistido à competição, fiquei apaixonado e decidi que queria começar, isto foi em março de 2009, daí em diante nunca mais parei.

Quando você percebeu que viveria em prol do Jiu-Jitsu?

Treinar com o Isaque sempre foi uma honra, ele já era conhecido mundialmente e nós o tínhamos como inspiração. Desde o começo, ele nos motivava a competir. Meu primeiro ano na faixa-laranja foi perfeito, consegui vencer todos os campeonatos que lutei. Na época, competíamos muito pela CBJJE, em São Paulo, e sair do interior e ganhar na capital era um tremendo feito. Fiquei vidrado na adrenalina de competir e na sensação de satisfação da vitória. Acima de tudo, era prazeroso ver meus pais e familiares orgulhosos do que eu construía, aquilo me movia demais. Segui os passos dos meus professores, treinei  o máximo possível e não me imaginava em outra profissão. Aos 15 anos, eu já tinha decidido que faria Jiu-Jitsu pelo resto da vida.

Quais foram as lições mais importantes que o Jiu-Jitsu te ensinou?

Acredito que seja a importância do trabalho duro para conquistar os objetivos, porque só quem teve a paciência, disciplina e perseverança sabe o valor dessas virtudes. Sempre sonhei alto mesmo diante das adversidades. Vi pessoas desistirem, mas segui em busca do meu sonho. O esporte tem me levado longe demais e não planejo parar por aqui. Outro ensinamento ao longo desses anos é o sentimento de gratidão. Sou grato a cada pessoa que acreditou junto comigo, que me ensinou algo no tatame, treinou comigo, me patrocinou e me aconselhou. Sou eternamente grato aos meus mestres Massao e Daniel Shinkai, fundadores da minha primeira equipe, a Saikoo Jiu-Jitsu, a qual treinei da faixa-branca à preta. Também sou agradecido a outros professores que me ajudaram, como o Alex “Pezão” Oliveira, o qual tenho a honra de trabalhar ao lado hoje em Nova York .Ele acreditou em mim, me ajudou a vir pra cá e me deu a oportunidade que tem mudado minha vida e da minha família. Quem também confiou no meu potencial foi o André “Tim“ Monteiro, que me acolheu e acreditou nas palavras do Alex. Não posso deixar de mencionar o professor Bruno Gavirate por me ajudar nas competições e nos treinos e o Fernando Domingues, meu grande amigo e professor que me deu a sonhada faixa-preta. Hoje tenho a honra de treinar com Gregor Gracie e toda a galera que representa a Renzo Gracie Academy, em Nova York. O Jiu-Jitsu une as pessoas de uma forma inexplicável e não poderia deixar de ser grato a isso.

Qual é a sua conquista mais especial no Jiu-Jitsu?

Foi um título de pouca expressão que mudou minha vida e me fez sonhar de fato. Quando fui pela primeira vez à capital de São Paulo, aos 12 anos, eu era um garoto de Avanhandava, uma cidade de 10 mil habitantes no interior de São Paulo. Fui campeão estadual pela primeira vez em 2010. Isso me marcou e me fez acreditar que poderia chegar longe, ali o sonho começou e me fez chegar até aqui. Vivi muitas experiências, conheci muitos lugares e pessoas. Graças ao Jiu-Jitsu, vivo em Nova York e consigo dar um suporte a minha família no Brasil. Conheci minha esposa e também construí minha família aqui. As conquistas que vieram do sonho de viver do Jiu-Jitsu são maiores que medalhas e títulos para mim.

O que move você a competir?

No começo, era emoção e a constante busca do sentimento de vitória. Mas sabemos que a vida do atleta não é só de alegrias, quando os tempos difíceis vêm, penso no meus pais, que acreditaram no meu sonho e fizeram de tudo para que eu continuasse. Em diversos momentos, eles abdicaram das próprias vontades e necessidades para que eu me mantivesse ativo nas competições. Então minha maior motivação sempre foi a vontade de dar orgulho aos meus pais e ao restante da família. Eles acreditaram no meu potencial e vou retribuir tudo o que fizeram por mim. 

Quais são os seus próximos objetivos como atleta?

Vou tentar competir o máximo que conseguir neste ano. Estarei em ação nos Opens da IBJJF e no Pan. No entanto, meu maior objetivo, assim como o da maioria dos atletas,  é conquistar o Mundial. O sonho do Campeonato Mundial move muitos atletas a chegarem longe nessa busca e comigo não poderia ser diferente.

 

 

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